segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

“meter o rosto entre os joelhos”

O poder de “meter o rosto entre os joelhos”
Por N. C. Fernandez
E Acabe subiu a comer e a beber; mas Elias subiu ao cume do Carmelo, e se inclinou por terra, e pôs o seu rosto entre os seus joelhos”.
1 Reis 18.42


No começo do ministério de Elias, ele disse ao rei iníquo de Israel que não choveria por anos em Israel, senão segundo a sua palavra. Elias sabia que Deus traria a chuva de volta. Até que no capítulo 18 de 1 Reis, após vencer vários profetas de baal, Elias disse a Acabe para se apressar, pois a chuva estava vindo.

Você poderia pensar: “Graças a Deus. Agora o sofrimento iria acabar. Elias fez seu trabalho. Já que Deus disse que ele deveria falar que a chuva estava vindo, pode agora ir para casa descansar. Nada mais justo este profeta ter seu devido descanso”. Apesar de fazer sentido no que você pensou, ouso dizer que um homem comum faria isso, não um profeta.

Este profeta não era acomodado como nós. Seu poder vinha de seu tempo de oração secreta com o SENHOR. Na verdade, a oração era o que fazia Elias ser profeta. A oração era seu selo, seu combustível. Se fossemos nós, estaríamos curtindo o final do dia, buscando descanso e entretenimento. “E Acabe subiu a comer e a beber; mas Elias subiu ao cume do Carmelo” (1 Reis 18.42).

Quão diferente nós somos dos profetas. Acabe, como qualquer "cristão" faria depois de ouvir uma palavra do SENHOR, foi descansar. A bíblia diz: “E Acabe subiu a comer e a beber”. Foi viver sua vida. Para muitos ele foi “esperar em Deus”. O profeta não! O profeta não se dá a esse luxo. Um profeta não descansa sem antes lutar em oração até que de fato chegue a promessa.

Acabe “subiu” ao descanso. Elias “subiu” a luta. Este é o poder do profeta. “Meter o rosto entre os joelhos”.


Ah, SENHOR! Dá-nos profetas. Não precisamos de homens comuns. Precisamos de profetas, que sabem o que é batalhar em oração. Precisamos de homens e mulheres que se derramem diante de Deus. Que fazem da oração o seu pão de cada dia. Que tem seu maior prazer no lugar secreto. Que clamam, intercedem e choram diante de Deus de dia e de noite. Que fazem da madrugada seu lugar de encontro com o Todo-Poderoso. Precisamos de homens que "metem o rosto entre os joelhos" e clamam por esta Terra. É de profetas que o mundo precisa. É de homens de oração que essa nação precisa.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Avivamento

O verdadeiro Avivamento
Por N. C. Fernandez
“E há de ser que, depois derramarei o meu Espírito sobre toda a carne, e vossos filhos e vossas filhas profetizarão, os vossos velhos terão sonhos, os vossos jovens terão visões. E também sobre os servos e sobre as servas naqueles dias derramarei o meu Espírito”.
Joel 2.28-29

Ultimamente essa passagem do livro de Joel tem sido utilizada com mais frequência. Pregadores que estão anunciando o avivamento, tem insistido nessa palavra. Muitos tem se animado, dizendo: “Joel profetizou isso para nós!”. Pessoas em todo o mundo estão esperando e desejando esse “último” derramamento até a volta de Cristo.

Porém, poucas são as pessoas que analisam seriamente essas palavras. Por ouviram essa passagem de um pregador em um congresso, muitos não sabem o seu real significado. Como a interpretação bíblica tem sido banalizada nos nossos dias. Pessoas “pegam” texto e o introduzem fora do contexto, criando doutrinas de meias verdades. Toda doutrina ou promessa baseada nesse tipo de interpretação está fadada ao fracasso.

Ao lermos o livro de Joel na integra, não ficamos tão felizes assim com sua mensagem. Seu livro fala de Juízo, choro, clamor e misericódia. Os tempos de Joel eram difíceis. O povo estava longe de Deus. O SENHOR levantou esse profeta para avisar que se o povo não se endireitasse, fatalmente seriam consumidos.

“E há de ser que, depois derramarei..”

Depois de um acontecimento, Deus prometeu que derramaria do seu Espírito. Essa promessa, diferentemente de como a interpretam, é condicional. Ser fizermos tal e tal, Deus derramaria seu Espírito. Porém, se não fizermos, não experimentaríamos o mover de Deus. Diferentemente de como os Pregadores de hoje andam dizendo, esse derramamento não vem ao acaso. Essa avivamento precisa de uns requisitos. Então, quais seriam esses requisitos? O texto nos dá uma dica: “E há de ser que...”. Depois de listar diversos acontecimentos nos versos anteriores, é como se Joel dissesse: “E depois disso tudo que falei, vocês teram o bendito avivamento que tanto esperavam”.

Requisitos para o Derramamento

“Ainda assim, agora mesmo diz o SENHOR: Convertei-vos a mim de todo o vosso coração; e isso com jejuns, e com choro, e com pranto. E rasgai o vosso coração, e não as vossas vestes, e convertei-vos ao SENHOR vosso Deus; porque ele é misericordioso, e compassivo, e tardio em irar-se, e grande em benignidade, e se arrepende do mal”.
Joel 2.12-13

Como estão errados os atuais pregadores! O verdadeiro avivamento no povo de Deus não virá se não for precedido de um verdadeira conversão a Deus. Deus não virá sobre uma Igreja que não clama, que não chora, que não se converteu ao SENHOR. Isaías diz que “as vossas iniquidades fazem separação entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados encobrem o seu rosto de vós, para que não vos ouça” (Isaías 59.2).

Um dos requisitos é o voltar para Deus. “Convertei-vos a mim de todo o vosso coração”! É largar tudo que nos impede de estar com Deus. Se seu trabalho te afasta de Deus, largue-o! Se seu entreterimento te afasta de Deus, largue-o! Não podemos nos esquecer das palavras do SENHOR Jesus: “Se o teu olho direito te faz tropeçar, arranca-o e lança-o de ti; pois te convém que se perca um dos teus membros, e não seja todo o teu corpo lançado no inferno” (Mateus 5.29). Lança fora tudo que te afasta do SENHOR e se renda totalmente a Ele. Retira o ídolo do teu coração e adore somente ao SENHOR.
Porém, não faça isso da boca para fora. “Convertei-vos a mim de todo o vosso coração”. Se não for de coração, não tente. O SENHOR odeia a hipocrisia. Os mornos serão vomitados (Apocalipse 3.16). Faça de coração. O coração na bíblia fala de vontades, sentimentos e intelecto. Tudo que reside no homem a bíblia chama de coração. Se renda totalmente a Ele.

Você pode se perguntar: “Sim, identifiquei que Deus não é meu tudo. Mas, como posso me voltar a Ele e entregar-lhe todo meu ser?”. O próprio Joel nos dá a dica: “e isso com jejuns, e com choro, e com pranto”. Que declaração maravilhosa! Como nos rendemos ao SENHOR? Chorando, jejuando e pranteando! Só o verdadeiro arrependimento e busca pelo SENHOR nos aproxima dEle. Precisamos clamar ao Espírito que nos mostre o nosso coração. Quando vermos que somos falsos com Deus, temos duas atitudes: Ou continuamos na nossa zona de conforto e não fazemos nada; ou choramos, prateamos e jejuamos!

Ah, meus amigos! Não há mais tempo de termos um coração dobre. “E rasgai o vosso coração, e não as vossas vestes”. Não sinta remorso. Não fique preocupado. Se arrependa! De nada adiantará o choro, o pranto e o jejum ser somente exterior. “E rasgai o vosso coração”!

“Tocai a trombeta em Sião, santificai um jejum, convocai uma assembleia solene. Congregai o povo, santificai a congregação, ajuntai os anciãos, congregai as crianças, e os que mamam; saia o noivo da sua recâmara, e a noiva do seu aposento”.
Joel 2.15-16

Segundo Dean Stanley,
“O sopro vigoroso do chifre de carneiro consagrado convocava uma assmbléia para um jejum extraordinário. Nenhuma alma poderia ficar ausente. Assim como a ardente cruz, eles convocavam velhos e jovens, homens e mulheres, mães com seus bebês de peito e o noivo e a noiva em seu dia de núpcias. Todos ficam prostrados em frente ao altar. O próprio altar presenteou aqueles corações contritos com todos os sinais – uma tempre sem o seu fogo sagrado, uma mesa posta sem seu sagrado banquete; a turma sacerdotal, em vez de reunir-se, como de costume, sobre a plataforma, eram dirigidos ao altar morto e prostravam-se em direção à presença invisível dentro do santuário. Em vez de hinos e músicas, os quais, desde os tempos do rei Davi, introduziram suas orações, nada se ouvia senão soluço apaixonado e o alarido alto e dissonante que somente a hierarquia oriental pode proferir. Em vez de compactos mantos brancos com que eles normalmente se apresentavam, eles estavam envolvidos em panos de saco preto de pelo de cabra, e envoltos na cintura por um cinto grosseiro, da mesma textura da vestidura, em vez de faixa brilhantes de vestimenta sacerdotal. Aqueles vestes sacerdotais estariam agora rasgadas ou lançadas fora. Com o peito descoberto, eles moviam, na direção do templo, seus tecidos negros e gritavam bem alto: ‘Poupa teu povo, ó SENHOR!’ Esta é uma vívida interpretação da antiga cerimônia anunciada pelo toque do shofar. Este é o significado da frase: ‘Tocai a trombeta em Sião’.”

Deus se move quando há unidade da Igreja. “Congregai o povo”. Contudo, essa unidade tem que ser santa, com coração puro. “santificai a congregação”.
“Chorem os sacerdotes, ministros do SENHOR, entre o pórtico e o altar, e orem: Poupa o teu povo, ó SENHOR, e não entregues a tua herança ao opróbrio, para que as nações façam escárnio dele. Por que hão de dizer entre os povos: Onde está o seu Deus?”
Joel 2.17

Ao ler esse versículo, muitos membros diriam: “Bem, que bom. Já fiz minha parte. Agora é a vez dos Pastores e Mestres. Eles que tem que chorar e orar por isso”. Quão imprudentes seríamos se pensássemos assim. Como disse Leonard Ravenhill: “O privilégio de ser sacerdotes não pertence mais a uma minoria selecionada. O SENHOR Jesus fez de nós um reino de sacerdotes diante de Deus (1 Pedro 2.9)”. Todos nós, crente em Cristo, fomos feitos sacerdotes do Altíssimo. Por isso, essa palavra é para toda a Igreja. “Chorem os sacerdotes, ministros do SENHOR”. Chore Igreja!

Os sacerdotes tem que chorar pelo pecado. Chorar de arrependimento. Mas não em qualquer lugar. Devemos chorar “entre o pórtico e o altar”. Chorar na presença de Deus. Chorar no lugar de sacrifícios, o altar.

Porém, o versículo não para neste ponto. Não devemos somente chorar. O texto diz: “e orem”. Que maravilhoso! O SENHOR nos conclama a orar. Oração é o combustível dos avivamentos. Oração é que faz tremer a terra. Bem-aventurado é o cristão que ora. Não existe um cristão cheio de Espírito que não teve uma vida assídua na oração. Segundo Bp. S. H. da Matta: “Muita oração, muito poder! Pouca oração, pouco poder!”. Precisamos de homens e mulheres que orem. Precisamos de guerreiros de oração. Não existe derramamento do Espírito sem oração.

Só depois dessas fases é que podemos ver a promessa. Todo derramamento é antecedido por essas atitudes listadas nesses versos. Se não jejuarmos, nos santificarmos, orarmos, nos arrependermos e nos convertermos, não haverá derramamento. Não haverá manifestação de Deus. Não acredite nesse falsos profetas que dizem que haverá avivamento, que é só esperarmos. O avivamento só vem mediante muito choro e oração. Só vem pela busca incessante por Deus. Só vem pelo verdadeiro arrependimento.

Que nossa visão venha a ser mudada e que venhamos a praticar tudo que Joel diz, pois só assim teremos um verdadeiro derramamento.