quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Avivamento

O verdadeiro Avivamento
Por N. C. Fernandez
“E há de ser que, depois derramarei o meu Espírito sobre toda a carne, e vossos filhos e vossas filhas profetizarão, os vossos velhos terão sonhos, os vossos jovens terão visões. E também sobre os servos e sobre as servas naqueles dias derramarei o meu Espírito”.
Joel 2.28-29

Ultimamente essa passagem do livro de Joel tem sido utilizada com mais frequência. Pregadores que estão anunciando o avivamento, tem insistido nessa palavra. Muitos tem se animado, dizendo: “Joel profetizou isso para nós!”. Pessoas em todo o mundo estão esperando e desejando esse “último” derramamento até a volta de Cristo.

Porém, poucas são as pessoas que analisam seriamente essas palavras. Por ouviram essa passagem de um pregador em um congresso, muitos não sabem o seu real significado. Como a interpretação bíblica tem sido banalizada nos nossos dias. Pessoas “pegam” texto e o introduzem fora do contexto, criando doutrinas de meias verdades. Toda doutrina ou promessa baseada nesse tipo de interpretação está fadada ao fracasso.

Ao lermos o livro de Joel na integra, não ficamos tão felizes assim com sua mensagem. Seu livro fala de Juízo, choro, clamor e misericódia. Os tempos de Joel eram difíceis. O povo estava longe de Deus. O SENHOR levantou esse profeta para avisar que se o povo não se endireitasse, fatalmente seriam consumidos.

“E há de ser que, depois derramarei..”

Depois de um acontecimento, Deus prometeu que derramaria do seu Espírito. Essa promessa, diferentemente de como a interpretam, é condicional. Ser fizermos tal e tal, Deus derramaria seu Espírito. Porém, se não fizermos, não experimentaríamos o mover de Deus. Diferentemente de como os Pregadores de hoje andam dizendo, esse derramamento não vem ao acaso. Essa avivamento precisa de uns requisitos. Então, quais seriam esses requisitos? O texto nos dá uma dica: “E há de ser que...”. Depois de listar diversos acontecimentos nos versos anteriores, é como se Joel dissesse: “E depois disso tudo que falei, vocês teram o bendito avivamento que tanto esperavam”.

Requisitos para o Derramamento

“Ainda assim, agora mesmo diz o SENHOR: Convertei-vos a mim de todo o vosso coração; e isso com jejuns, e com choro, e com pranto. E rasgai o vosso coração, e não as vossas vestes, e convertei-vos ao SENHOR vosso Deus; porque ele é misericordioso, e compassivo, e tardio em irar-se, e grande em benignidade, e se arrepende do mal”.
Joel 2.12-13

Como estão errados os atuais pregadores! O verdadeiro avivamento no povo de Deus não virá se não for precedido de um verdadeira conversão a Deus. Deus não virá sobre uma Igreja que não clama, que não chora, que não se converteu ao SENHOR. Isaías diz que “as vossas iniquidades fazem separação entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados encobrem o seu rosto de vós, para que não vos ouça” (Isaías 59.2).

Um dos requisitos é o voltar para Deus. “Convertei-vos a mim de todo o vosso coração”! É largar tudo que nos impede de estar com Deus. Se seu trabalho te afasta de Deus, largue-o! Se seu entreterimento te afasta de Deus, largue-o! Não podemos nos esquecer das palavras do SENHOR Jesus: “Se o teu olho direito te faz tropeçar, arranca-o e lança-o de ti; pois te convém que se perca um dos teus membros, e não seja todo o teu corpo lançado no inferno” (Mateus 5.29). Lança fora tudo que te afasta do SENHOR e se renda totalmente a Ele. Retira o ídolo do teu coração e adore somente ao SENHOR.
Porém, não faça isso da boca para fora. “Convertei-vos a mim de todo o vosso coração”. Se não for de coração, não tente. O SENHOR odeia a hipocrisia. Os mornos serão vomitados (Apocalipse 3.16). Faça de coração. O coração na bíblia fala de vontades, sentimentos e intelecto. Tudo que reside no homem a bíblia chama de coração. Se renda totalmente a Ele.

Você pode se perguntar: “Sim, identifiquei que Deus não é meu tudo. Mas, como posso me voltar a Ele e entregar-lhe todo meu ser?”. O próprio Joel nos dá a dica: “e isso com jejuns, e com choro, e com pranto”. Que declaração maravilhosa! Como nos rendemos ao SENHOR? Chorando, jejuando e pranteando! Só o verdadeiro arrependimento e busca pelo SENHOR nos aproxima dEle. Precisamos clamar ao Espírito que nos mostre o nosso coração. Quando vermos que somos falsos com Deus, temos duas atitudes: Ou continuamos na nossa zona de conforto e não fazemos nada; ou choramos, prateamos e jejuamos!

Ah, meus amigos! Não há mais tempo de termos um coração dobre. “E rasgai o vosso coração, e não as vossas vestes”. Não sinta remorso. Não fique preocupado. Se arrependa! De nada adiantará o choro, o pranto e o jejum ser somente exterior. “E rasgai o vosso coração”!

“Tocai a trombeta em Sião, santificai um jejum, convocai uma assembleia solene. Congregai o povo, santificai a congregação, ajuntai os anciãos, congregai as crianças, e os que mamam; saia o noivo da sua recâmara, e a noiva do seu aposento”.
Joel 2.15-16

Segundo Dean Stanley,
“O sopro vigoroso do chifre de carneiro consagrado convocava uma assmbléia para um jejum extraordinário. Nenhuma alma poderia ficar ausente. Assim como a ardente cruz, eles convocavam velhos e jovens, homens e mulheres, mães com seus bebês de peito e o noivo e a noiva em seu dia de núpcias. Todos ficam prostrados em frente ao altar. O próprio altar presenteou aqueles corações contritos com todos os sinais – uma tempre sem o seu fogo sagrado, uma mesa posta sem seu sagrado banquete; a turma sacerdotal, em vez de reunir-se, como de costume, sobre a plataforma, eram dirigidos ao altar morto e prostravam-se em direção à presença invisível dentro do santuário. Em vez de hinos e músicas, os quais, desde os tempos do rei Davi, introduziram suas orações, nada se ouvia senão soluço apaixonado e o alarido alto e dissonante que somente a hierarquia oriental pode proferir. Em vez de compactos mantos brancos com que eles normalmente se apresentavam, eles estavam envolvidos em panos de saco preto de pelo de cabra, e envoltos na cintura por um cinto grosseiro, da mesma textura da vestidura, em vez de faixa brilhantes de vestimenta sacerdotal. Aqueles vestes sacerdotais estariam agora rasgadas ou lançadas fora. Com o peito descoberto, eles moviam, na direção do templo, seus tecidos negros e gritavam bem alto: ‘Poupa teu povo, ó SENHOR!’ Esta é uma vívida interpretação da antiga cerimônia anunciada pelo toque do shofar. Este é o significado da frase: ‘Tocai a trombeta em Sião’.”

Deus se move quando há unidade da Igreja. “Congregai o povo”. Contudo, essa unidade tem que ser santa, com coração puro. “santificai a congregação”.
“Chorem os sacerdotes, ministros do SENHOR, entre o pórtico e o altar, e orem: Poupa o teu povo, ó SENHOR, e não entregues a tua herança ao opróbrio, para que as nações façam escárnio dele. Por que hão de dizer entre os povos: Onde está o seu Deus?”
Joel 2.17

Ao ler esse versículo, muitos membros diriam: “Bem, que bom. Já fiz minha parte. Agora é a vez dos Pastores e Mestres. Eles que tem que chorar e orar por isso”. Quão imprudentes seríamos se pensássemos assim. Como disse Leonard Ravenhill: “O privilégio de ser sacerdotes não pertence mais a uma minoria selecionada. O SENHOR Jesus fez de nós um reino de sacerdotes diante de Deus (1 Pedro 2.9)”. Todos nós, crente em Cristo, fomos feitos sacerdotes do Altíssimo. Por isso, essa palavra é para toda a Igreja. “Chorem os sacerdotes, ministros do SENHOR”. Chore Igreja!

Os sacerdotes tem que chorar pelo pecado. Chorar de arrependimento. Mas não em qualquer lugar. Devemos chorar “entre o pórtico e o altar”. Chorar na presença de Deus. Chorar no lugar de sacrifícios, o altar.

Porém, o versículo não para neste ponto. Não devemos somente chorar. O texto diz: “e orem”. Que maravilhoso! O SENHOR nos conclama a orar. Oração é o combustível dos avivamentos. Oração é que faz tremer a terra. Bem-aventurado é o cristão que ora. Não existe um cristão cheio de Espírito que não teve uma vida assídua na oração. Segundo Bp. S. H. da Matta: “Muita oração, muito poder! Pouca oração, pouco poder!”. Precisamos de homens e mulheres que orem. Precisamos de guerreiros de oração. Não existe derramamento do Espírito sem oração.

Só depois dessas fases é que podemos ver a promessa. Todo derramamento é antecedido por essas atitudes listadas nesses versos. Se não jejuarmos, nos santificarmos, orarmos, nos arrependermos e nos convertermos, não haverá derramamento. Não haverá manifestação de Deus. Não acredite nesse falsos profetas que dizem que haverá avivamento, que é só esperarmos. O avivamento só vem mediante muito choro e oração. Só vem pela busca incessante por Deus. Só vem pelo verdadeiro arrependimento.

Que nossa visão venha a ser mudada e que venhamos a praticar tudo que Joel diz, pois só assim teremos um verdadeiro derramamento.

Um comentário:

  1. Esses textos têm me abençoado muito! Que Deus continue inspirando e levantando N. C. Fernandez como profeta nos nossos dias!

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